quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Coma uma cebola ou desista!


  
 Uma vez em uma universidade federal, o setor Artístico resolveu inovar. Foi criado um curso de culinária voltado a arte de cozinhar, explorando ao todo o sentido da degustação. 
    O curso ensinava a arte de degustar e formular bolos, tortas dos mais variados tipos e sabores. Os alunos saiam do curso apaixonados pela arte de cozinhar, pois o professor tratava a culinária como arte.
    Porém, estudiosos do assunto afirmaram que o curso não era digno de “academicidade” que eles queriam. Para isso instauraram um novo modelo de entender o “prazer da degustação”, partiram do princípio que para realmente degustar os deliciosos bolos e tortas é preciso começar do princípio, pois nada começa do fim. Na primeira lição, os alunos deveriam passar por intensas seções de mastigação de vegetais crus como alhos, cebolas, repolhos, nabos, cenouras e mandiocas. Essa primeira lição causou neles uma aversão ao curso, consequentemente a “arte de cozinhar”.
    Houve mesmo até casos de morte pela fome, tiveram tamanha aversão a comida que até a simples contemplação dos talheres causava neles ânsia de vômito.
Infelizmente o curso de culinária teve de ser fechado, nenhum aluno passou na primeira lição.

    Se a arte de produzir sabores é a culinária, a arte de produzir melodias é a música então a arte de produzir maravilhosos textos literários é o Português.
Não se deve introduzir análise sintática a alunos que ainda não provaram as “delícias literárias”, como ensinar o que é sinestesia sem o aluno ter lido os textos de Cruz e Souza e outros autores? 
O problema é que  Nosso ensino está contaminado por Raposas, que preferem classificar em vez de explorar a criatividade.
Por exemplo, você sabe os motivos que acarretaram a Guerra dos Cem Anos?
Eu sei. Como isso se torna útil na minha vida? Não sei.
Isso acontece com inúmeros conteúdos. 
Como o ensino médio agora é obrigatório,a base da sociedade tem que conclui-lo. Conteúdos como Radioatividade, Capitanias hereditárias, Combinatória, Logaritmos, Dilatação térmica, entre outros podem ser úteis para borracheiros, empregadas domésticas, balconistas, empacotadores, entre outros serviços da base da sociedade?

A sociedade não é feita apenas de engenheiros...

Minha mãe é professora universitária. Ouço várias vezes de seus colegas docentes: “Não vou me rebaixar ao aluno, ele que tem que subir ao meu nível”. Nesta hora eu penso “qual a verdadeira função do conhecimento que nos é ensinado?”.

Creio que deveriam ser feitas as seguintes perguntas aos professores...
...do ensino médio e fundamental: “Qual o primeiro prato que você vai dar aos alunos?”
...do ensino superior: “Você gosta dos seus alunos?”.


As crianças criativas entram. Adultos idiotas saem.  





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